sábado, 30 de abril de 2011

Só entre com permissão

Vou construir uma porta.
A minha vida uma casa, com portas e janelas.
Uma casa grande, lá cabem todas as pessoas que amo, que me fazem bem.
A casa vai ser bem cuidada, com bela vista e a proteção necessária.
As portas fechadas serão mantidas.
As janelas garantirão a ventilação.
Para entrar ou sair só com a devida permissão.
A porta não será de material vigoroso, permitindo aos corajosos o acesso arrombado.
Não estão dispensadas as possibilidades de dali ser roubada.
O convite a conhecer novas casas fica liberado, a escolha democrática e as possibilidades infinitas.

A porta foi fechada. Peça licença para entrar e se despeça ao sair. 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Família êh! Família ah! Família...

“Você não é amado porque é bom, você é bom porque é amado.” Essa citação de Nelson Mandela reflete um pouco a linha que pretendo seguir nesse texto.                                                                                       Analisa a família e reconhecerás um ser. Ou pelo menos tornará mais claro certas atitudes, reações, angústias, conduta e valores de uma pessoa.                                                                                                       Não é à toa que a maioria de nós identifica a família como base, apoio, suporte e amor maior.  Também por isso que aqueles que não tem tão claro esse tipo de sentimento, de porto seguro, vivem essa busca. Quando essa base não é bem sedimentada ficam as lacunas, espaços em branco e talvez até certo vazio. Os motivos podem ser os mais variados, processos naturais que a vida acaba impondo e não convêm julgamentos.          Uma família padrão de pais e irmãos que moram sob o mesmo teto não é receita de sucesso garantido. Família não é só isso, e cada um identifica a sua da forma que a vida lhe apresentou, da forma que os sentimentos são exercidos no processo. Quanta gente tem referência de mãe uma avó, de pai um irmão mais velho.                                               A família, o meio onde vivemos ou fomos criados designa características para uma vida inteira, servindo como alicerce para o desenvolvimento do caráter, valores e personalidade.  Além da forma e a importância como cada um lida com os mais diversos assuntos ao longo da vida. O relacionamento com cada integrante dessa família influência de alguma forma a nossa conduta. Não se formam pessoas boas ou más, talvez carentes de uma vivência, individualmente necessária.                          A infância fica responsável pelos primeiros esboços de um ser. O tempo de brincadeiras (ou não), imposição de limites, a diferenciação do certo e errado, do bom e do mau, vida (des) regrada, (sem) princípios.  É interessante como nessa época tudo que nos rodeia pode tomar proporções enormes, e nesse mesmo tamanho nos acompanhar pela vida, ainda que inconscientemente.                                                      A adolescência e a forma que lidamos e lidam conosco em uma época normalmente confusa, de descobertas, novos desafios, sentimentos e momentos, se tornam importantes nessa lapidação. Transição da vida de criança para a adulta, novas responsabilidades.                  As pessoas a nossa volta tornam-se de certa forma responsáveis pelo desenvolvimento pessoal, sentimental e até mesmo profissional de cada um de nós. A vida adulta será apenas um reflexo de questões bem ou mal resolvidas no decorrer dessa estrada. Com falta ou presença de referências.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nessa data querida

Fevereiro. No mês do meu aniversário peço licença para falar sobre a data, não a do meu nascimento, numerologia, signo ou afins, mas sobre algo especial que me envolve no dia, no meu dia. Vamos falar de aniversário?!                                                                                                 Acho estranho as pessoas que não gostam ou não ligam para seu próprio aniversário. Ta bem, a idade avança mais uma casa, mas e daí?! O importante é manter cabeça e espírito jovens! O ditado já é antigo, mas eternamente válido. Porém, respeito opiniões, afinal não sou a mais adepta as datas festivas pré-estabelecidas durante o ano. Mas quando o assunto é aniversário é diferente!! Acho bem interessante uma data do ano para cada um de nós.                    
O título de hoje remete perfeitamente ao que em mim reflete o significado de aniversário.  Data querida, que recebo tão boas energias, lindas manifestações de carinho, tanta coisa boa de escutar, ler e sentir. Sempre me surpreendo! Data que me traz tanta gente querida de volta, à volta. E trazer de volta é a forma mais clara que encontro para falar de quem está mais ausente, mas que nesse dia se faz presente de alguma forma. Adoro os abraços e para quem não consegue me dar um ao vivo valorizo a ligação.                                               
Data querida também quando quero falar do aniversário de quem é especial pra mim. Para esses desejo que realmente se sintam assim, principalmente no seu dia. Com esse objetivo sempre procuro fugir das palavras ou manifestações mais óbvias que parecem meio batidas e pouco pensadas. O esforço não é para falar bonito, mas para que fique claro que o significado é verdadeiro e de coração.                                                                 Ok, até concordo que supervalorizo aniversário mais do que a maioria. Com isso acabo agregando as mágoas do esquecimento alheio. Nada de muito grave, mas uma breve presença na minha lista negra da decepção: logo tu!!             Procuro sempre celebrar de alguma forma, a junção de amigos e familiares é a opção preferida. Não pode mesmo é passar em branco. Mas esse meu mês, apesar de adorado, já me complicou em comemorações. Fevereiro, mês de férias, cada um pra um lado. Difícil juntar todos que gostaria. Coisa boa dividir as alegrias do meu dia especial de todo ano, que no final sempre julgo não ter aproveitado o suficiente.                                             Bom, meus queridos, fica o alerta, muita atenção com o meu dia, afinal é muito bom ter o dia 18/02 no meu calendário. Pode anotar!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ê saudade!

Possuímos memória, logo sentimos saudade.
Saudade = 1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta. 2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido. (fonte: dicionário Aurélio)
Basta um cheiro, um lugar, uma música, lá vem a nostalgia. Não, não me refiro  só aquela parte que nos aperta o peito tristemente pela ausência,  verbos que insistem em ser conjugados no passado. Me refiro, e muito, as boas lembranças. São delas que realmente sinto saudade.
Saudade de um tempo, de um lugar, de um momento, de gente. Sentimento que faz brotar sorriso no rosto assim simplesmente.
Saudade de poder ter por perto, de ter acesso, de poder olhar, cheirar, degustar. Dar aquele abraço e pedir um bom conselho. Uma conversa solta, sem retalhos nem frescuras, talvez algumas lágrimas e muita risada.
Hoje eu queria saber de tanta gente e de alguns lugares. Saber o que mudou e o que continua igual, conhecer o que as novas experiências de vida acrescentaram, tiraram ou modificaram. Junto carrego a esperança de durante esse processo identificar a essência, a parte que não muda, e que torna cada lugar, cada ser humano insubstituível, reconhecendo assim os motivos que inflam minha saudade.
Situações, manias, detalhes que remetem a pessoas especiais por algum motivo.
Queria também fazer perguntas, tantas perguntas sobre esse tempo. Saudade e tempo, esses correm juntos.
Estranha é a saudade da parte que nem recebia importância, passava despercebido e a gente nem dava bola, mas que hoje torna pessoas e momentos únicos e do nada parecem ter recebido tanto valor. Quem diria tanta coisa, quem diria que seria assim desse jeito.
Vontade de redescobrir meus especiais, que por circunstâncias da vida e até mesmo com essa história de um dia virar adulto, cheio de compromissos e responsabilidades acabam se afastando, mas que nos fazem falta.
Queria saber se a sala do apartamento em que vivi até meus três anos era realmente tão grande quanto as minhas lembranças, tanta coisa parecia enorme naquele tempo, que hoje tenho uma leve desconfiança que não seja como o que ficou registrado na minha memória. O barulho dos carros de corrida na TV nas manhãs de domingo, naquela sala parecia ter outra vibração. As férias com toda a família apertada no carro em verões pelas praias de SC. Pastéis de queijo e Fanta depois de demoradas tardes de banhos de piscina no clube tinham um gosto único.  Tempo de faculdade, bons anos, queria tudo de novo exatamente como foi, com as mesmas pessoas à volta, fazendo tudo igual.
Acho que é por isso que gosto tanto de fotografias. Uma forma de eternizar momentos. É como se pudéssemos ter mais acesso, está todo mundo ali do mesmo jeito que foi, envolvidos por aquele cenário, por aquele clima e sentimento.  Nos “tele transportamos”, tornando o passado um pouco mais presente.
A saudade acaba brotando de momentos e de pessoas que por algum instante nos despertaram bons sentimentos, nos proporcionaram momentos felizes, mas na angustiante busca de um auge utópico de plena felicidade acabamos deixando passar despercebido. Enquanto a felicidade estava bem ali, ao nosso redor, nas coisas mais simples. Como estão agora, em outras formas, “olha e vê”.
Guarda teus melhores momentos na gavetinha interior, o que não for bom deleta, joga fora. Faz com que tua saudade só te desperte a gostosa brisa de sorrisos.