quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eu vivo, tu vives, eles vivem, nós vivemos...

Texto publicado em Abril de 2008, o primeiro da série que passou a ser veiculada na Revista Trilhas.


Não sabia que se tornaria tão difícil começar a escrever sobre assuntos comuns ao cotidiano de todo mundo, portanto comuns a mim também, e é aí que o negócio pega. Complica a partir do momento que exponho minhas opiniões analisando, tão informalmente, “os outros”. Fácil seria falar a dois, três amigos.
Quando pesquisava um tema para este espaço, me deparei com nada mais comum a todos nós, porém tão rico assunto como a vida, conduzida de tão diferentes maneiras... existiria então a forma mais certa?!
Eu vivo, tu vives, eles vivem, nós vivemos. Porém cada um o faz de forma diferente. Uns mais intensamente, outros com mais cautela, alguns simplesmente existem, sobrevivem, outros são regidos pela energia positiva, existe os que vivem apaixonadamente, porém também têm aqueles de mal com vida, os que optam por seguir crenças, os que preferem fugir do convencional, e tem ainda aqueles que escolhem expôr suas vidas em reality shows, entre tantos outros.
Cá entre nós, em alguma forma citada acabaste remetido a alguém, seja esse conhecido, familiar ou amigo, não?! E mais, encaixarias outros tipos? Fique à vontade!
Mas existem aqueles que “parecem” se destacar, batem recordes, ganham prêmios, superam expectativas, são reconhecidos, viram notícia. Há aqueles que têm o dom da ciência e da pesquisa, tem os que dançam, os que cantam, os que sapateiam e outros que até cantam, dançam e sapateiam ao mesmo tempo!
 As pessoas acabam mesmo que em diferentes formas e áreas buscando um objetivo cujo ápice prega o total êxito, o sucesso, a fama, e então o destaque perante uma sociedade cada vez mais competitiva e individualista, onde só quem é o “mais mais” pode ser considerado “bom”. É quase uma necessidade de auto-afirmação. Não, não sejamos hipócritas, somos todos assim mesmo, uns mais outros menos, mas o ser humano precisa desse objetivo para então encontrar o seu real sentido perante a própria vida.
Se essa é uma condição inafastável à nossa espécie, o que fazer então? Conformarmo-nos com isso e simplesmente entrar no jogo cujas cartas já estão na mesa? Ouso crer que não. Acredito que são nossos princípios e valores os reais fatores que nos diferenciam em meio à multidão. De nada adianta ser o melhor se para isso foi necessário injustiçar um inocente. De nada adianta o sucesso, a fama, o reconhecimento, se para isso precisou-se prejudicar amigos, afastar-se da família, abrir mão de entes queridos. De nada adianta a vida se nela não cultivarmos bons sentimentos, aqueles que estão tão esquecidos, mas sempre são tão bem aceitos.
Viver é uma arte diária, requer desenvoltura e certa habilidade. Devemos reconhecer doses de riqueza nesse processo, a cada instante, a cada novo pequeno desafio, a cada superação mais secreta, sem que seja necessário esperar por aplausos no final.
O certo e o errado existem, mas são suficientemente flexíveis, siga seus instintos e sentimentos, sem deixar de celebrar o dom de viver buscando todos os dias ser ainda mais feliz, do seu jeito.


                                   

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