terça-feira, 5 de outubro de 2010

Palavras Guardadas

A seguir um texto que escrevi para o jornal de entretenimento Noite & Cia, em julho de 2004. O primeiro nesse estilo publicado. Esse texto inspirou o nome do blog, pois na época recebeu esse mesmo título e retrata bem o que vem pela frente. Reler ele hoje em dia é estranho, termos, formas de escrita que já não utilizo mais, mas mantive como foi publicado para que a essência não se perdesse.



Palavras Guardadas
Quem nunca, nem ao menos uma vez, escreveu algo a alguém?! Nem um cartãozinho rimado para um namorado(a), amigo(a), parente ou paquera?! Agora me responda outra pergunta: quantas vezes você teve vontade de dizer e não disse, teve vontade de ligar e não ligou, teve vontade de escrever e não escreveu? Milhões de vezes, né?! Por quê? Porque não sabe... não sabe como se expressar, ficou com medo de se expor? Ok! Aceito como sugestões de resposta, apesar de não estar convencida. (Quantas oportunidades perdidas, hein?!) Mas garanto que algumas palavrinhas guardadas na gaveta ao lado da cama existem, ou já existiram. Se a resposta for não, tudo bem, você continua sendo uma pessoa normal.
Em torno deste tema encontramos os poetas anônimos, pessoas como eu e você, que encontram na rima das palavras uma forma de desabafar sentimentos, analisar fatos do cotidiano e da história, falar de coisas e pessoas. Não pense que estou falando de grandes talentos com aspirações a literatura. Não, são pessoas comuns, que geralmente nos momentos de solidão, no fim de noite, quando tudo se aquieta e é possível respirar mais fundo, passam para o papel momentos, acontecimentos e sensações, que fazem bem serem registrados, mesmo quando em forma de crítica, nem que seja para ser rasgado no instante seguinte. É uma forma de terapia. O terapeuta? Isso fica por conta das releituras depois de um tempo, algumas já não fazem mais o menor sentido, enquanto outras ainda são muito presentes.
Não é necessário rimar para que uma poesia tome forma, apenas deixar fluir as palavras que em seguida vão tomando sentido. Se você ainda não é um poeta anônimo experimente em um dia de bobeira juntar umas idéias, escreva pra você mesmo, sem regras gramaticais, sem medo de errar, quem sabe você não tem talento pra coisa, ou se identifica e acaba adquirindo como um hobby? Afinal, sempre é válido tentar algo novo!

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